Os homens de caneta na mão enchem as prateleiras empoeiradas das livrarias moribundas.
Os enviados de Deus vendem conhecidas soluções a problemas antigos.
E nada dos teus livros!
Paulina! Paulina!
Choro. Imploro. Grito.
Nas ruas, entre livros adormecidos sobre as raízes teimosas no concreto quebrado,
as páginas soltas de romances à espera de um final feliz me consolam.
Percorro a cidade numa dança frenética batendo em todas as portas à tua procura.
Alguém viu Paulina? Paulina está?
Os meus pés mexem-se ao ritmo de um batuque de esconjuro. Eu corro. Salto. Ando. Tropeço. Caio.
Silêncio.
No fim, uma voz diz-me:
Estou aqui! Estou aqui!
Andava mesmo a pensar em ti.