Mal-Me-Quer
Bem-Me-Quer
Mal-Me-Quer
Bem-Me-Quer
Me encheu de rosas, em forma de empurrões e pancadas. Senti em cada toque, uma pétala seca a cair de mim. Toda a vida a fugir.
É assim que me quer: machucada, indefesa. Para guardar no seu vaso frágil e me dar a sua água para dela eu viver.
É assim me quer.
Para o meu bem me lança os seus espinhos e rega-me das suas dores.
Por que me ofereces flores?
Tirei as folhas da flor
E esperei ouvir-te dizer
Mas de ti, apenas silêncio
Só o som vazio da dor.
Bem me quer.
Me quer para servir os seus prazeres. Me quer para encher o seu meio copo, meio prato, meio vazio. O que eu quero?
Eu quero acreditar que é amor.
Que é preciso lutar, porque é guerra, é violência. Eu quero acreditar que tem de ser assim.
Que amor sem dor, não vale a pena. Eu quero. Eu quero. Bem quero.
Mal-Te-Quero
Bem-Te-Quero
Sempre espero.
Me desespero.
Já não gosto mais de rosas. Agora quero as flores bem assentes na terra, com as pétalas abertas para beijar abelhas.
Quero um amor de flores vivas e cores brilhantes.
Agora me quero. Me desejo.
Ontem quis.
Tudo fiz.
Sou feliz.